domingo, junho 26, 2005

a demência prolongada

queria resgatar-te da ausência
beijar-te as mãos sumarentas
que tantos sorrisos me causaram
sempre soube que apenas um poeta
poderia consumir-me e despojar-me
da privação afectiva que me aflige
somente um poeta seria o rosto deste véu
em si morando sob a face do meu céu

mas tudo que eu queria se resume a uma utopia
é o teu espectro que se lança no meu corpo
é o teu mar e o teu ventre que me lançam neste fosso
é este gemido que se entranha nas paredes
e a loucura de saber-me mais perdida
por entre os códigos que me dás e me desmentes
Neles me desfazes e me imolas na tormenta repetida
como se a faca com que me matas
jamais parasse de ceifar a minha mente

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