domingo, junho 26, 2005

O desespero do silêncio

Alguém lhe diga que não o esqueço
Digam-lhe, peço-vos, não o odeio
Digam-lhe que me lavo de saudade
E que o espero ainda intacto
Digam-lhe que sei toda a verdade
E que não tema, não, não se atormente
Se me quiser ainda, levo-lhe o retrato
E peço-lhe que se transforme subtilmente
E me conduza devagar pelas razões
Que o levaram a alimentar o meu engano
Digam-lhe que lhe perdoo as omissões
As ausências do corpo que eram manto
Para me ter mais uns instantes submersa
Nas doçuras das visões
Em que eras lua e eu encanto
(Abril 2005)

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