sábado, novembro 19, 2005

Solidão

Sei que escrevo sobre o que sinto
Com um instinto de sobrevivência
Que me tem poupado a vida
Temo os meus próprios passos
Temo a angústia permanente da mente
E as saídas precipitadas que se me deparam
Temo a solidão negra deste fosso
De muralhas escarpadas de onde, em vão,
Me liberto, porém não escapo
Temo a solidão que me engrandece
A solidão a que recorro quando pressinto
Que jamais habitarei um corpo são
Transporto um segredo que me mata
E morrerei se em algum instante
Alguém esboçar em mim o seu retrato
Luto com a dor da saudade todos os dias
Morro com a dor do pecado todos os dias
Mergulhei num lago de chamas
Sou a mais verme das criaturas por quem passo
E no entanto, careço tanto de um abraço...

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