terça-feira, setembro 06, 2005

A Calçada civil

São 7 da tarde,
num dia qualquer do ano,
a cidade dissolve-se nos rostos apavorados
que andam de um lado para o outro
num temor sereno e ameaçador

as faces perdem-se na mulditão
que por sua vez perde identidade
correm, correm sem destino
não sabem para onde vão,
nem sequer quem são,
movem-se,
apressando a passada
porque o tempo voa
e escasseia.
o tempo...
o tempo morre
os relógios perdem-se e os ponteiros param.
as sombras arrastam-se
tentando arranjar um pedaço de chão,
para descansar
e recuperar o fulgo.
as cabeças esmurram-se
e cospem o chão onde passarão amanha.
em coma, parecem nem perceber
do ruído poluidor que os rodeia
porque...
porque também eles são poluição
porque eles são lixo!

oh seres humanos
soldados de uniforme civil
ou
civis uniformizados...
não passam de lixo!
que mergulhará no entulho
desta calçada,
monotona,
viril,
onde somos meros transeuntes
onde nascemos
vivemos
e morremos.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quero um autografo.........
Jokas

06 setembro, 2005 20:58  

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