quarta-feira, janeiro 18, 2006

Alguém, um dia...

Levanta os braços,
Clama!
Alguém há-de ficar

Respira o hálito amargo
A poeira dos mortos
A floresta vazia

O cipreste cresce
E nem dás pela vida
A vida que passa
Suja e gasta
Pelas grades do tempo

Levanta os braços,
Grita!
Alguém virá um dia?

(ensaiando a tua própria poesia, surges tu...rísivel, dirias obviamente, porém insisto e não o saberás)

há um louco que viaja nos céus
no interior ósseo de um albatroz vazio
rende-se à solidão rústica do seu quarto
e quando impele o machado no jardim
usa a mesma saia vermelha que vestia
como quando em bebé «antecipava o envelhecimento
sob certos plátanos do outrora»

terça-feira, janeiro 17, 2006

f r a g m e n t o s

a chuva repete-se nas sombras
e a névoa fermenta nos lábios
são fragmentos dispersos de ti
que me esmagam
são esmolas que lanço
que grito
que lavam
fragmentos que mentem
que fervem
que rasgam
fragmentos cortantes
no lodo que matam

segunda-feira, janeiro 16, 2006

silêncio

o silêncio
margem imprópria dos meus erros
escudo disforme
em que apodreço

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