domingo, julho 31, 2005

Chamo-te...

o meu universo não tem paz
é por isso que me recolho
no meu mundo irreal
abrindo as portas a quem me encanta
e as portas estão agora abertas
e o tempo passa
e ninguém vem, ninguém avança
começo a fatigar-me
eu e o meu mundo, cansados da solidão
em vão vamos chamando
alguém que dentre a multidão
nos liberte desta massa que nos gasta

Escuta...

Escuta...
e se não houvessem limites?
e se pudéssemos errar
e voltar sempre ao início?
e se não houvessem muros?
e se os sonhos fossem obras de arte
fabricados pelas nossas próprias mãos?
e se tu fosses algo gigantesco em mim
e eu morada dos teus actos?

quinta-feira, julho 28, 2005

Nenhum Destino

Para onde parte este avião?
Enfrento nos olhares a fúria
E nos ventos a incerteza da paixão
Rebenta-me na pele a dura espuma
E solidifica-me, lenta e morna a solidão
Urge o tempo,
Gemem as grades
E as escarpas estão cerradas
Para onde desvio este sentido?
De onde partem os meus gemidos?

Isolamento

Hei-de viver sempre à margem
Vacilando entre o caos e a rotina
Flutuo ausente por entre as vozes
Que ouço e as que evito

Ninguém dá conta que eu existo
Ninguém se compadece do vazio
Existo perante as folhas que assino
E nos embarques a que assisto

Milito indefesa contra os incêndios
Guerreio em mim a dor e o sofrimento
Desfaço nas mãos as mágoas dos silêncios
E embarco demente no cais do isolamento

quarta-feira, julho 27, 2005

Tarde para te amar

Viajei até à tua janela
Pensei entrar para me despedir
Mas vi-te, num fundo azul
Suspenso sobre a lua
Recuei, sabia que um sonho te encantava
E eu, sozinha, não te alcançava
Era já tarde, a noite cobria a tua rua
Tarde para te amar seria sempre
E jamais haveria lugar para mim
Nos teus lençóis,
Sorri, sem que me visses,
E dos meus olhos escorriam fios de tinta
A partir de agora, estarias presente
Nos doces traços que o meu pincel
Jamais faria

Na ausência do sono

Estive há pouco contigo
Mas a tua ausência roubou-me o sono
Sinto no meu peito a mancha disforme do erro
Sinto que invadi o teu silêncio
Existe um segredo que me afasta
Soubesses como tudo se torna num abismo
Quando sonho contigo e não resisto
A ponderar se haveria em mim
Um outro início
Não haveria,
Outra saída seria um risco
Em nós é inelutável a disjunção
E só na loucura do desejo
Omito o teu segredo
E já não escuto a voz
Que a prudência me orvalha
Existes apenas tu, o mágico que me assalta
A fonte dos desejos que me falha
A ponte entre o medo e o anseio
Mas ajuda-me, não deixes que me perca
Confusa e abandonada no silêncio
Dessa esfera que me exalta

terça-feira, julho 26, 2005

O que é que eu faço?...

O que é que eu faço?
Quando este é o meu único alívio
Quando me habitas em memórias doentias
E a chama ainda me arde incessante
E mais ninguém escuta que te amo
Na ausência absoluta do teu rosto
Do teu nome, do teu corpo, da tua voz
Ah, soubesses como sofro
Soubesses tu o mal que me causaste
Diz-me que me libertarei de ti
Diz-me que voltarei a amar
Diz-me que serei capaz de me esquecer
Do menino que dançava nos meus olhos
E me despia da túnica de prata
E me levava nos seus braços
De mágico e de amante
Para me amar intensamente
Enquanto o sonho assim ditasse
Até ao momento de acordarmos
Novamente para a vida que restava
(Abril 2005)

Eu quisera mais...

Ardem plumas nos meus lábios
Circulam aves no meu sangue
O vento sopra na voz errante
Invertendo imagens
Queimando as asas
Deitando-te em minhas mãos
Onde te abandonas
E me sufocas de tão distante

Eu quisera mais ao insistir na noite
Quisera o corpo abandonado sobre as águas
Quisera um dia nascer em luz e sombra
No seu corpo fugaz de meu amante
Em que escorro e me incendeio
Quisera voar mais alto que o destino
Quisera roubar-te a esse instante

Alguém me ouse ler...

Ouse...
Alguém ouse ler-me este sigilo
Ousem ler-me as lágrimas
E os sorrisos...
Alguém me ouse ler o que é instinto
E me sufoque
Rasgando-me nas lâminas de um juízo...

Esperança latente

O teu amor transtorna-me
Poderei eu transformá-lo
Num sentimento que não nos turve?
Existe latente em mim essa esperança...
Quem sabe a paz ainda alcance as nossas noites...

domingo, julho 24, 2005

Ter-Te

Dois corpos que se sentem
no cinzento do dia.
O vento sopra forte
Enquanto corres atrás de mim.
Sentes o teu amor crescer
Por cada movimento que admiras
Eu vejo-o nos teus olhos
E sorrio
por saber-te meu.

Ter-te a ti
Homem, poeta, Plutão,
Sempre,
Lembrando-me que não existo,
Vivo.

O teu corpo cola-se ao meu
Torna-se para sempre inseparável
As minhas mãos procuram a tua face
Percorrendo cada traço teu.
Os meus lábios colam-se aos teus
Falam a verdadeira linguagem.

E os corpos abraçados
Sentem o sol
Que timidamente se esconde
Quando estes se separam.

Sobre o Vulto Negro

Os rostos vazios
clamam a chegada de algo.
Vulto Negro,
ou Pássaro Branco?
Qual o teu aspecto?

Podes levar
quem já viveu,
ou quem não sabe viver,
ou quem acredita noutra vida

Assim vais ser
bem vinda para uns,
desesperante para outros
e remédio para os restantes.

Mas Pássaro não leves
quem quer ajudar,
quem sabe viver,
quem eu sei amar.

sábado, julho 23, 2005

Reflexo

Vi-me nos olhos de outros.
As minhas atitudes foram reflectidas
com cores e brilhos de mar
transparecendo o que não queria ver
percebendo finalmente
tudo o que me indicavas
e que eu contra-argumentava
esperando que a razão estivesse do meu lado
e que tudo o que dizias
estivesse errado.

Vi-nos,
por momentos,
reflectidos
num espelho que falava
e que sentia a chama que arde em nós
e fez-se luz
em toda a minha mente
mostrando que entre armas e guerras
há algo mais forte que sobrevive
para poder vencer sempre
contra inimigos e manias.

Percebi que o engraçado
se torna o pesadelo
quando a interpretação é outra
tornando um império forte
num bairro vazio.

Vi-te na pele de outro
sofrendo as contradições nas horas erradas
quando o que é esperado
não chega
e desesperando
pela chegada do corpo
e da alma
de quem amas
para poderes alcançar esferas
e círculos apenas com uma mão,
mostrando que assim nada te detém.

Já se sabia que nada batia certo,
nesse mundo que construímos
e onde as portas insistiam em bater
deixando entrar confusões e conflitos
impedindo a estabilidade do ar do mundo.

Gritos silenciosos contra tudo o que fazia,
para que a dor não magoasse,
esperando que tudo se resolvesse,
foram arrancados e rasgados,
como asas negras
de um céu finito
libertando as mágoas
de quem não se sente amado

e assim vi a reflexão, lúcida
e compreensível,
quando estavas longe
permitindo uma nova visão.

sexta-feira, julho 22, 2005

Eu

Perigosa? Eu? Só se for para as formiguinhas (os poucos seres mais pequininos que eu, lol). Pois é, sou a nova "membra" deste blog, e junto-me aos quatro grandes artistas que se descobriram aqui (embora só três deles escrevam regularmente), a convite do Eclipse. Obrigada:) Quanto à minha escrita não prometo nada de especial, e será certamente abafada pelos restantes autores, mas à medida que se cresce é que se aperfeiçoa, portanto há que começar nalgum lado. Embora goste muito (mas muito mais!) de escrever nas folhas brancas soltas, vou fazer a experiência de esrcrever num visor. Bem e acho que já chegou a altura de calar-me com esta apresentação... Estou contente por escrever aqui com vocês:)

segunda-feira, julho 18, 2005

Se não descrever estes momentos

Se não descrever estes momentos
Morrerei soterrada na noite.
Escondida por detrás do sorriso
Erguem-se ciclones, tempestades e tormentos.
Tudo que sinto é dor
E é dor tudo que vejo
Pudessem olhar-me no meu íntimo
E ver estes golpes que não sangram
Pudessem então perceber por que não rio
Por que só choro e me angustio.
Mutilaram-me, deixando-me ferida
Com gestos vis e rápidos de punhais
E abandonaram-me despida
No meio de mentiras irreais
Em que componho esta valsa em que me vais

Vozes das Censuras

Ah! Vozes de advertência

Calai-vos!!!...

Quem sois p?ra que me julguem?

Emudecei!!!...

Vidas condenáveis
Telhados de vidro
E ainda assim tão hábeis
Em rodear-me de censuras

Hipócritas!!!...

A crítica é o vosso âmago de consolação
Corações de núcleo apodrecido
Bocas de faúlhas de maldição

quinta-feira, julho 14, 2005

Sentes-te capaz de perseguir o vento?... (II)

É por seres como o vento
Que eu me encanto

Alguém se sente capaz de perseguir o vento?

Repito-me no prazer insustentado
Avanço, secreta, no limbo da noite deserta
Escorro pelas paredes
E derramo-me, espessa, na tua cama
Enquanto a noite espera

Num instante és tudo, noutro és nada
Num instante és vício, noutro és incêndio
Num instante és mágico, noutro és verdade
Num instante és calma, noutro és geada
Num instante és água, noutro és espada
Num instante és mágoa, noutro és saudade
Num instante és chuva, noutro és miragem

Alguém se sente capaz de perseguir o vento?

Melhor que não o faça, porque o segredo está em esquecê-lo...

O que queres de mim?...

O que queres de mim?
Pergunto-me tantas vezes...
O que queres de mim?
Queres que seja a fonte,
A praia, o absurdo e o erro?
Queres que seja o porto
Desse teu nunca estar contente?
Queres que seja a ponte
Entre a esperança e o medo?
O que queres de mim
Quando me assaltas?
O que queres de mim
Quando me torturas?
O que queres de mim
Nas nossas noites tão maduras?
O que queres de mim
Nos gemidos que à noite exalas?...
O que queres de mim
A vida?... Os sonhos?... As vontades?...
E todos os meus segredos?...
O que queres de mim?...
Diz-me...
O que há em mim que te arde?
Diz-me...
O que há em mim que te farte?...
Diz-me...
O que há em mim que hoje baste?...

quarta-feira, julho 13, 2005

De regresso à demência prolongada

Existem mistérios contidos em nossas casas
Que a ninguém confessamos
Existem fantasmas secretos que encerramos
E é por eles que fingimos e voamos
Evadindo-nos da prisão que nos afasta
Ou caindo em porões que não cavamos

Quantas paixões matamos?

Quantas vidas que se uniram seguem distantes?

Quantas loucuras nos seduzem o corpo e deslizam-nos na mente como antes?

Olho para trás ainda hoje
Sabendo que daqui a muitos anos
O farei com o mesmo fardo
Olho e vejo-me, escondendo que te amo

Encerro em ti o afecto e a vontade
Lua silvestre de mil faces e sorrisos
Lua dispersa, apurando meus sonhos
Esmagando os meus sentidos

Amor impossível
Minha loucura e meu encanto
Nuvem dispersa em cujo núcleo
Eu me quebranto

terça-feira, julho 12, 2005

A Estátua

ando há algum tempo a olhar-te de lés a lés
pergunto-me se fará sentido gostar de ti
fará sentido conhecer-te da cabeça aos pés?
para que idolatrar aqueles que nunca conheci?

a verdade é que preservas uma presença imponente
vestes a cor do desejo e da esperança
encarnas o medo para que te vê de frente
da tua espada conheces sua dança

da tua face retiro vingança e ódio
aos olhos de quem passa transmites respeito
derramaste pessoas em cloreto de sódio
e eu pergunto com que direito?

foste herói capataz e opressor boémio
mas quem morreu à fome não se tornou imortal
do sangue caido criaste o teu pódio
onde ainda te ergues de forma colossal

segunda-feira, julho 11, 2005

A Escuridão

estou aqui
a olhar...
para um buraco escuro
parece não ter fim...

será que do outro lado está um mundo?

mundo!
ouves-me??

quero saltar para ai
e encontrar

a cor...

que não existe...

e soltar

um grito...

que morrerá no vazio...

porque temos nós de permanecer na escuridão
para nos sentirmos vivos?

porque temos nós de viver constantemente em queda?

queres a minha queda?
pois bem.
eu caio.
mas irei erguer-me!
e nascer de novo
soltar amarras
partir a casca
trincar o aço
correr para a luz ao fundo do túnel
e gritar...

ESTOU VIVO!

A luz

era como a luz da madrugada
e, como já era esperado
era um foco interior
e eu era, assim, como sempre iluminado

era amanhecer ao teu lado
como sempre, uma cor indeterminada
eras tu
e eu, naquela luz por mim criada

era a força do meu braço
era, como nunca, um membro acrescentado
como na primavera
um desejo transformado

era apenas luz
naquela quantia desejada
crescia dentro de mim
como chama ateada

era o sonho que passava
á realidade aplicada
era a luz do dia
com uma força inesplicada

para não deixar morrer
era sempre, assim, sempre iluminado
punha-me fora de mim
era assim, como um poema inacabado

domingo, julho 10, 2005

Sei que danço no teu quarto

Sei que danço no teu quarto
Sei que me vês, ondulante,
Talvez até felina
Olhando-te, enquanto recrias os meus passos
Ao som das melodias que nos cantam

Pressinto-te...

Pressinto-te,

Chama inconcebível
Guiando-te no silêncio do meu quarto
Contorno esquivo
Iluminando a noite
Em que me guardo

Pressinto-te,

Foco indelével
Que ainda arde,
Presença atroz que me engana,
Mas que me despe
Deste silêncio que me mata

Não sabes, mas nos meus olhos ardem chamas
E as pálpebras cobrem-se de escamas
Para não verem toda a doença em que me lanças

Não sabes, mas nos meus lábios existem danças
E na língua domina-se a verdade
Que me devora ao pressentir a tua vontade

sábado, julho 09, 2005

Menino preto

Menino preto...
palavras não enchem barrigas
versos não confortam
apenas são mãos amigas

dá-me a tua mão
vamos mostrar ao mundo
que as nossas sombras têm a mesma cor
e as nossas lágrimas são feitas da mesma dor

Menino preto...
estas palavras são impotentes
nem sei porque as faço
gostava só que conhecesses o meu abraço

que é feito de carinho
lágrimas...
amor...
e pedaços de mim...

Do primeiro ensaio de abandono...

Levaste de mim noites inteiras
Amontoadas sem razão
Palavras, pedaços, fogueiras
Retratos baços nos riscos a carvão
Noites trigueiras
De riachos e ciprestes
Corpos no chão
Aglomerados de tesouros
Que levanto, largando a tua mão
(Março 2005)

A tua Voz (III)

Vacilo...
Eu ainda hesito,
Sacudida pelas vozes cá de dentro

Nesta cidade estás sempre perto...
Avisto-te no efémero ar que sorvo
Passeio na praça onde te ouço desfilar
Aguardando que te cruzes comigo
Enquanto contemplo o Tâmega
Vejo o teu olhar reflectido
Os teus lábios murmurando
Que me desejam num sopro repetido

Deliro...
Eu ainda sonho...
Movida pelas vozes do mistério

sexta-feira, julho 08, 2005

A tempestade do mistério

Há vento nos meus olhos
Fui invadida pelo imprevisto

(Se soubesses como me assustas...)

És um mistério impenetrável
E pergunto a mim mesma
Se serás tu, ou serei eu
A personagem mais enlouquecida
Deste nosso pequeno teatro devastado

Ensaiamos o guião tantas vezes
E já não o sabemos rasgar da nossa pele

(Se soubesses como isso me assusta...)

Há vento no meu peito
E aves migram ao redor do medo

o absurdo que conquistamos

como podes estar, simultaneamente,
tão longe e tão perto de mim?

será possível viver-se na ausência absoluta
do corpo da pessoa amada?

será possível os dedos clamarem por um gesto
e os olhos se negarem a concedê-lo?

como podes ser, simultaneamente,
um príncipe e um tornado?

haverá em nós, algum dia, a sensatez
de adormecermos esta mentira?

quinta-feira, julho 07, 2005

A tua Voz (II)

«A voice in the dark
That's always been there for you
That's why I'm here again
I'm only for you
That's why I'm here again
I'm naked and true
I'm that voice in the dark»
(Gene Loves Jezebel)

És o meu maior segredo
A tua voz...
Esse mistério que me devora o corpo
Explodindo em chamas na curva dos seios
O teu sorriso inconfessável
Aprisionado à cegueira
O nosso amor insondável
Cativo nas brumas submersas
Dos receios ilícitos em que nunca penetramos
A tua voz...
Espuma acre que me devora a carne
Arma demente explodindo nas mãos
Mergulhada na insanidade desta tarde

Regresso

tudo em mim era bem-vindo
como se prestigiasse
tudo voltava ao seu lugar
como se nada se passasse

enquanto me sentia cada vez mais dentro de mim
ia-me relembrando do ser que era
do ego onde habitara
onde foi feliz
onde me perdi
onde não era despovoado
era eu! um estranho
numa terra estranha
e assim, encontrava-me
e tudo voltava ao seu lugar...

quarta-feira, julho 06, 2005

Carta para mim

Ao saber da instabilidade inexistente entre nós
tentei fingir não ouvir
para que os teus pés fossem também meus

tentei voar com as asas que me deste em pronunciar
"amor", o mundo é estranho
e o sonho é perseguido pelas mãos que digo minhas

noto agora que ser feliz é apenas um artigo
daqueles que enchem as páginas de jornal
mas que morrem na exigência de serem reais

sinto-me assassino por me matar em cada segundo
em que sinto que a saudade subsiste
no teu corpo que amo e anseio em tocar

sabes bem que sinto, penso, quero
que desejo e respiro também
o sonho em que o mundo acaba em ti

pára em ti o mundo que não tem destino
é apenas uma ambivalência vaga
em que o amor transborda e eu pergunto? porquê??

sei apenas que tudo o que significas me põe fora de mim
como aquilo que nunca fiz nem nunca senti
e apenas faz persistir aquilo que sinto por ti


mas o que és tu para mim amor?
se tudo tem o seu momento
e cada segundo é um prisma que quebra a convenção?


enquanto duras de mim
tento aproveitar cada prisma e cada intensidade
para dizer em vão que nunca haverá um fim

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