O tempo e o espaço encerram-se em mim
Parece que ainda me vejo,
O olhar perdido, à procura do teu rosto
A multidão que ocultava
O rosto que eu desconhecia
O meu andar acelerado pelos corredores
As lágrimas que iluminavam
O grito oculto na garganta
Daquele nome que eu te dava
Um ano e eis-me no mesmo lugar
Tu estás perto e tudo deixou de ser vago
Os mesmos corredores
As mesmas imagens
Os mesmos lugares expostos
E tu ali, como se o tempo e o espaço
Se encerrassem em mim
Hoje segurei as lágrimas por ti
Hoje relembrei imagens
Relembrei a dor que te causei
Aquela dor antiga que ainda me rasga
E o teu olhar próximo do meu
Abrindo-me o peito num abraço
Um ano depois e tudo permanece
Um ano depois e eis-me perante a realidade
Que eu pensara impossível de enfrentar
Um ano depois e eis-me ali, ferida de morte
A arrastar-me pelos corredores
Que te levavam para dentro de mim